Módulo 6: Saúde materna, neonatal e do lactente - Enfermagem na atenção à saúde materno-fetal: pré-natal
Unidade 3: Consulta de Enfermagem e Sistematização da assistência de Enfermagem no pré-natal

Sistematização da Assistência de Enfermagem
Coleta de dados da Consulta
Diagnóstico e planejamento de Enfermagem
Implementação de Enfermagem
Avaliação e Registro

Avaliação da altura uterina

V. Avaliação da altura uterina

Além dos procedimentos já mencionados, você deve observar o crescimento do feto. Uma das maneiras de fazer esse acompanhamento é medir a altura uterina. A avaliação da altura uterina é realizada com fita métrica flexível. Consiste da medida da distância da borda superior da sínfise púbica até o fundo do útero, estando a mulher em decúbito dorsal, com a finalidade de observar o crescimento fetal que é normalmente 4 cm por mês (REZENDE, 2005). Observe a figura a seguir.

Figura 3.2: Avaliação da Altura Uterina.

Fonte: Brasil (2006a).

A medida da altura é registrada em um gráfico de acordo com a idade gestacional. Valor acima do percentil 90 é anormal. Você deve atentar para a possibilidade de erro da Idade Gestacional (IG) e avaliar a possibilidade de poliidrâmnio, macrossomia fetal, gemelaridade, mola hidatiforme, miomatose ou obesidade. Nesses casos, você deve encaminhar a gestante ao serviço de alto risco.

Valor abaixo do percentil 10 é anormal. Você deve ficar atento para a possibilidade de erro da IG e avaliar a possibilidade do oligâmnio (oligoiidrâmnio), feto morto e retardo de crescimento (CIUR). Nessas situações, você também deve encaminhar ao serviço de alto risco (BRASIL, 2006a).

Note que a suspeita de CIUR se confirma em 75% dos casos, se os métodos forem combinados, ou seja, se, além da altura uterina menor que percentil 10, tivermos baixo peso de acordo com IMC. (BRASIL, 2006a).

VI. Palpação obstétrica (Manobras de Leopold Zweifel)

Esta técnica visa à identificação da apresentação, posição e situação fetal. Temos a apresentação cefálica, pélvica ou córmica. Situação transversal oblíqua ou longitudinal. Posição direita ou esquerda. Variedade de posição (anterior, posterior e transversa).

Modos de realizar as manobras e achados, bem como as relações útero fetais, conhecimentos fundamentais para se avaliar a apresentação, situação e posição, devem ser pesquisados em Zieguel e Cranley (1985); Brasil (2006a); Rezende (2005) e treinados durante a prática nas unidades de saúde.

A palpação obstétrica constitui-se de quatro tempos, confira na animação a seguir:

Confira a seguir as quatros manobras que acabamos de conhecer:

Fonte: Brasil (2006a).

Observe que na quarta manobra (ocupação da escava) podem ocorrer três situações:

  • Escava completamente ocupada pela região fetal (que é o polo cefálico);
  • Escava incompletamente ocupada (polo pélvico);
  • Escava está vazia (apresentação córmica).

A entrada dos dedos na bacia depende do grau da insinuação do polo apresentado. Na apresentação cefálica, quando a cabeça está alta e móvel, os dedos quase se tocam pelas extremidades e descem por igual; se insinuada, a penetração é desigual. Na apresentação pélvica, mesmo insinuada, os dedos de um lado e de outro penetram igualmente. Reconhece-se um corpo esferóide, irregular, redutível (DELASCIO; GUARIENTO, 1987; ARAÚJO; MARETTI, 2000).

Veja na próxima página sobre o procedimento de ausculta obstétrica.