Para analisar a via aérea alta e a coluna cervical, o enfermeiro avalia as condições de permeabilidade das vias aéreas possibilitando a entrada do ar inspirado para manter a ventilação/oxigenação.
A via aérea tem como função conduzir o ar pela nasofaringe, durante a inspiração a epiglote se levanta, abrindo a laringe e permitindo que o ar passe pelas cordas vocais, e pela traqueia, alcançando a via aérea baixa. Pode ser definida pela abertura da boca e do nariz até a traqueia (JARVIS, 2010).
Acompanhe na animação a seguir como é realizado este procedimento:
![]() |
Palavra do Profissional |
Observe que a obstrução das vias aérea se constitui em frequente causa de óbito nas vítimas de atendimento de emergência, seja clínico ou traumático (corpos estranhos, sangue secreções ou até mesmo a própria língua).
Assim, é fundamental que no controle da coluna cervical você lembre sempre que em toda vítima de trauma suspeita-se de lesão na medula espinhal até que tenha sido finalmente excluída essa possibilidade por meio de exames radiológicos (PHTLS, 2007).
![]() |
Palavra do Profissional |
A avaliação da coluna cervical permite ao enfermeiro obter parâmetros de identificação das alterações do padrão respiratório e provável comprometimento dos reflexos neurológicos. Na avaliação clínica, interação e observação, a presença de hematoma, equimose e dor cervical sugerem lesão nesta área, o que dá forte indicação para imobilização desse segmento corpóreo. Ao palparmos esta área e percebermos crepitação óssea, teremos instado uma fratura de vértebra cervical, tornando imperativa a imobilização completa da coluna com colar cervical rígido e protetor lateral de cabeça. Se manipularmos inadvertidamente a vítima sem levar em consideração a possibilidade de lesão cervical, podemos ocasionar uma instabilidade maior na coluna com consequente lesão do canal medular e compressão ou ruptura da medula espinhal (ATLS, 2007; PHTLS, 2007; PAROLIN, 2001).
O movimento excessivo pode tanto causar como agravar lesões neurológicas, porque pode ocorrer compressão óssea se a coluna estiver fraturada (PHTLS, 2007).
A lesão da coluna cervical afeta a manutenção da respiração, pois o centro respiratório localiza-se no tronco encefálico emitindo estímulos para a contração e o relaxamento dos músculos respiratórios e também propicia a imobilidade permanente por falta de reflexos neurológicos nos membros da vítima. Assim, na avaliação inicial é imprescindível que avaliemos as vias aéreas e estabilizemos a coluna cervical (ATLS, 2007; PHTLS, 2007, PAROLIN, 2001).
Avaliação da via aérea
Fonte: Acervo das autoras
Essa é uma estrutura lógica de observação e mensuração clínica em situação de emergência com foco nessa etapa do atendimento inicial. Os pacientes que são vítimas de trauma apresentam uma variedade de problemas reais ou potenciais na abordagem das vias aéreas com controle da coluna cervical e suas condições podem se alterar constantemente.
Após considerar essas manifestações diante da vítima de trauma, você pode pensar nas seguintes hipóteses diagnósticas, segundo Sousa et al.(2009), Cyrillo (2005) e Cyrillo et al. (2009), conforme apresentadas no quadro a seguir. Neste caso, estamos lhe sugerindo os diagnósticos da NANDA.
Quadro: Diagnósticos de enfermagem relacionados à via aérea livre
Fonte: NANDA, 2010.
A partir dos diagnósticos de enfermagem identificados você poderá alcançar os resultados esperados por meio das intervenções de enfermagem. O quadro abaixo apresenta as intervenções propostas paras os diagnósticos de enfermagem identificados para a situação do Atendimento das Vias Aéreas e Controle da Coluna Cervical (NANDA, 2010).
As intervenções e atividades propostas para os diagnósticos apresentados foram (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010):
Acompanhe na próxima página o tema: Manobras de Chin-Lift e Manobra de Jaw-Thrust.