Módulo 6: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Clínicas Respiratórias e Metabólicas
Unidade 1: Aplicação da metodologia da assistência nas urgências respiratórias

Avaliação clínica do enfermeiro: anamnese e exame físico
Avaliação clínica do enfermeiro: exame laboratorial e por imagem
Insuficiência respiratória aguda
Asma
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
Pneumonia
Distúrbios acidobásicos
Grupos farmacológicos
Técnicas e procedimentos de assistência ventilatória
Intubação e Ventilação
Alarmes

Sinais, sintomas e Intervenções de enfermagem

A asma é reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA, 2012). Resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental a alérgenos e irritantes e outros fatores específicos que levam ao desenvolvimento e manutenção dos sintomas.

Há alguns fatores que desencadeiam a asma. Veja na animação quais são eles:

Na patogenia da asma, está envolvida uma variedade de células e mediadores inflamatórios que atuam sobre a via aérea e levam ao desenvolvimento e manutenção dos sintomas. A crise asmática, ou exacerbação da asma, corresponde à agudização do quadro de obstrução e hiperresponsividade das vias aéreas. Durante a exacerbação, ocorre edema e infiltrado inflamatório da parede brônquica e aumento da produção de muco. Isso causa o estreitamento da luz das vias aéreas, que, por sua vez, reduz o fluxo de ar dos pulmões.

A crise de asma é causada por diferentes gatilhos que induzem à inflamação nas vias aéreas e provocam broncoespasmo. Esses desencadeantes variam de pessoa para pessoa e de momento para momento na história da doença.

Os principais desencadeantes da crise asmática, identificados na prática clínica, são: alérgenos inalatórios, infecção viral das vias aéreas, poluentes atmosféricos, exercício físico, mudanças climáticas, alimentos, aditivos, drogas e estresse emocional. Menos frequentemente, outros fatores podem contribuir como desencadeante: rinite alérgica, sinusite bacteriana, polipose nasal, menstruação, refluxo gastroesofágico e gestação (DALCIN, PERIN, 2009).

O mecanismo pelo qual a limitação aguda do fluxo aéreo é desencadeada varia de acordo com o fator desencadeante. A broncoconstrição induzida pelos alérgenos resulta da produção de mediadores inflamatórios dependentes da liberação de imunoglobulina e pelos mastócitos. Entretanto, a broncoconstrição aguda pode também ocorrer devido à hiperresponsividade das vias aéreas a uma variedade de estímulos não alérgicos. Nessa situação, os mecanismos envolvidos na bronconstrição aguda são, além dos mediadores inflamatórios, os reflexos neurais desencadeados por estimulação central e local. Qualquer que seja o fator desencadeante, a via final comum desse processo resulta em contração da musculatura lisa das vias aéreas, aumento na permeabilidade capilar, extravasamento capilar, edema e espessamento da mucosa brônquica.

Com a progressão da obstrução ao fluxo aéreo na crise asmática grave, a insuficiência respiratória ocorre como consequência do aumento do trabalho respiratório, da troca gasosa ineficaz e da exaustão dos músculos respiratórios.

A manifestação subjetiva de “aperto no peito”, acompanhada de tosse seca, geralmente marca o início de uma crise asmática. Há mais alguns sintomas que caracterizam essa crise. Vamos conhecê-los na animação a seguir, juntamente com as devidas intervenções de enfermagem a serem efetuadas nesses casos:

Intervenções de Enfermagem

Sinais e sintomas
Depois do “aperto no peito” e da tosse seca, em seguida a respiração se torna rude e bem audível, com presença de sibilos, principalmente à expiração. Os pulmões se tornam hiperinsuflados e há aumento no diâmetro anteroposterior do tórax. Os pacientes geralmente apresentam taquipneia (FR > 20 irpm), taquicardia e hipertensão sistólica leve. Nos casos mais graves, ocorre uso da musculatura respiratória acessória com tiragem intercostal, cornagem, cianose, redução ou desaparecimento difuso do murmúrio vesicular à ausculta (Brasil, 2010).
Procedimentos
Avaliar o nível de consciência.

Abrir via aérea.

Verificar respiração.

Administrar oxigênio suplementar sob máscara 10 a 15 litros por minuto.

Monitorizar o paciente com cardioscópio, oxímetro de pulso.

Obter acesso venoso periférico com cateter calibroso.

Colher gasometria arterial de pacientes intensamente dispnéicos, com alterações do nível de consciência ou hemodinâmicas.

Radiografar tórax no leito, caso o paciente apresente febre, sinais de complicação (infecciosa ou pneumotórax) ou esteja em estado grave.

Indicar a intubação e a ventilação mecânica nos pacientes com nível de consciência deprimido ou que apresentem fadiga extrema.

Assistir ventilação, caso necessário, com bolsa antes de proceder à intubação.

Empregar broncodilatadores por via inalatória para reverter broncoespasmo, os mais utilizados no ambiente extra-hospitalar são os agonistas beta adrenérgicos seletivos por via inalatória.

Utilizar corticosteróides por via intravenosa no estado de mal asmático, o efeito demora até seis horas, o medicamento de escolha é a metilprednisolona na dose de 125 mg IV.

Evitar o uso de aminofilina devido a seu alto potencial de toxicidade. Os principais efeitos colaterais são: taquicardia, arritmias, náuseas, vômitos e convulsões.

Iniciar ventilação assistida caso necessário.

Manter continuamente monitorizados o ritmo cardíaco, oximetria e pressão arterial não invasiva.

Neste estudo, aprendemos que asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo. Vimos que são vários os gatilhos que podem desencadear uma crise asmática e que, com a manifestação dos seus sinais e sintomas, as devidas intervenções de enfermagem devem ser efetuadas.