Oxigenoterapia
A Oxigenoterapia é o termo utilizado para o uso clínico de oxigênio suplementar e consiste na administração de oxigênio acima da concentração do gás ambiental normal ao nível do mar (21%). O objetivo da oxigenoterapia é corrigir a hipoxemia, através da otimização da oferta de oxigênio e, consequentemente, manter a oxigenação tecidual adequada, além de promover a diminuição da carga de trabalho cardiopulmonar através da elevação dos níveis alveolar e sanguíneo de oxigênio. A oxigenoterapia é indicada para pacientes com hipoxemia aguda e aqueles com sintomas de hipoxemia crônica ou sobrecarga cardiopulmonar.
Em casos de administração de medicamentos por meio de micronebulizador, o uso de oxigênio só será necessário se o paciente já estiver em oxigenoterapia. Se não for o caso, o micronebulizador deverá ser ligado à rede de ar comprimido.
Veja a seguir as indicações básicas de oxigenoterapia segundo a American Association for Respiratory Care (AARC,2007):
• PaO2 < 60 mmHg ou Sat O2 < 90 % (em ar ambiente).
• Sat O2 < 88% durante a deambulação, exercício ou sono em portadores de doenças cardiorrespiratórias.
• IAM.
• Intoxicação por gases (monóxido de carbono).
• Envenenamento por cianeto.
Classificação dos sistemas de oxigenoterapia
Os sistemas de fornecimento de oxigênio podem ser classificados de acordo com a concentração a ser liberada, em sistema de baixo e alto fluxo. Entretanto, estas concentrações dependerão da profundidade inspiratória de cada paciente. Quanto mais profunda a inspiração do paciente, maior a diluição do oxigênio fornecido e menor a fração inspiratória de oxigênio (FiO2). Desse modo, um sistema que forneça somente uma parte do gás inspirado sempre irá produzir uma FiO2 variável. Podemos obter uma FiO2 fixa, se utilizarmos um sistema de alto fluxo ou um sistema com reservatório, daí a necessidade de eleger-se um sistema adequado.
Sistemas de Baixo Fluxo
Fornecem oxigênio suplementar às vias aéreas diretamente com fluxos de 8 l/min. ou menos. Como o fluxo inspiratório de um indivíduo adulto é superior a este valor, o oxigênio fornecido por este dispositivo de baixo fluxo será diluído com o ar, resultando numa FiO2 baixa e variável. Estes sistemas incluem a cânula nasal, o cateter nasal e o trans-traqueal, que podemos observar na animação a seguir:
Sistemas de Alto Fluxo
Os sistemas de alto fluxo fornecem uma determinada concentração de oxigênio em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente, assim asseguram uma FiO2 conhecida.
Máscara de Venturi - é um sistema de alto fluxo, no qual o oxigênio passa por um orifício sob pressão, causando aspiração do ar ambiente para o interior da máscara. Desta forma, o paciente respira a mistura de ar ambiente mais oxigênio. Pela máscara de Venturi são fornecidas diferentes concentrações de O2 controladas por meio de diluidores codificados em seis cores para diferentes concentrações de 24%, 28%, 31%, 35%, 40%, 50%.
Esse sistema é mais comumente usado por pacientes que devem evitar altos níveis de oxigênio, por exemplo, aqueles com DPOC, ou pacientes com risco de desenvolver hipercapnia devido à administração de oxigênio.
Observe no quadro abaixo as concentrações e o fluxo de oxigênio de acordo com a cor do conector da Máscara de Venturi.
Fonte: McGloin (2008).
Geradores de Fluxo – São recursos utilizados para gerarem alto fluxo através de arrastamento de ar. A fonte de oxigênio passa através de duas válvulas de agulha; uma propulsiona o jato, determinando a quantidade de ar arrastado e a outra fornece oxigênio suplementar para aumentar a FiO2. Este tipo de gerador é utilizado para se realizar ventilação não invasiva através de máscara facial siliconizada e é acoplado a uma fonte de 50 pseg, fornecendo concentrações de O2 de 30% a 100% com fluxos até 100l/min.
No quadro abaixo, você pode identificar as diferenças entre o fluxo e a FiO2 ofertada de acordo com os diferentes dispositivos.
Fonte: Pruitt e Jacobs (2003).
Neste estudo abordamos o uso clínico de oxigênio suplementar com o objetivo de corrigir a hipoxemia através da otimização da oferta de oxigênio e, consequentemente, manter a oxigenação tecidual adequada, além de promover a diminuição da carga de trabalho cardiopulmonar através da elevação dos níveis alveolar e sanguíneo de oxigênio. Vimos que a oxigenoterapia é indicada para pacientes com hipoxemia aguda e aqueles com sintomas de hipoxemia crônica ou sobrecarga cardiopulmonar.