Dentre os objetivos para a utilização da via aérea artificial destacam-se: estabelecimento de uma via aérea pérvia e artificial, proteção da via aérea com balão insuflado, instalação de ventilação mecânica e facilitação de desobstrução de vias aéreas (MORTON et al., 2006). A intubação traqueal pode ser oral ou nasal.
As intervenções de enfermagem podem ser classificadas em antes, durante e após a intubação. É importante destacar que pela urgência da situação, todo o material para a realização do procedimento deve estar prontamente disponível. O que inclui tubos de diferentes tamanhos (testar o tubo a ser introduzido quanto ao funcionamento do balonete), laringoscópio com várias lâminas, (testadas quanto ao funcionamento da lâmpada), máscara-bolsa-válvula, xilocaína spray, seringa de 20 ml, fonte de vácuo para aspiração e fonte de oxigênio. Importante ressaltar a necessidade de material de proteção individual, conforme a precaução necessária.
Veja na animação a seguir o que deve ser feito antes e durante a intubação.
Após o procedimento, mais alguns cuidados devem ser tomados, quais sejam:
• Fixar o tubo com cadarço ou material de rotina da instituição - Todos os tubos devem ser fixados para diminuir a sua movimentação e prevenir a extubação não planejada. É recomendado que a fixação seja realizada com fita acima das orelhas bilateralmente para prevenir a oclusão da veia jugular;
• Confirmar a localização do tubo;
• Auscultar primeiramente sobre o epigástrio, depois o lado superior e inferior esquerdos do tórax, e o lado superior inferior direito. A localização é adequada quando o ar não é ouvido sobre o epigástrio e os sons respiratórios bilaterais são ouvidos por todos os campos pulmonares. Se o ar for ouvido sobre o epigástrio significa que o tubo entrou no esôfago em vez da traqueia. O tubo deve ser removido e feito nova tentativa;
• Observar a expansão e retração bilateral e simétrica do tórax;
• Providenciar realização de radiografia de tórax;
• Realizar aspiração traqueal sempre que for necessário, conforme avaliação clínica.
Sons ventilatórios identificados apenas em um lado indicam intubação seletiva de um brônquio-fonte, sendo mais comumente o direito. Nestes casos, o tubo deve ser reposicionado. Para tanto, esvaziar o balonete, tracionar o tubo de 1 a 2 cm e inflar novamente o balonete, checando a posição.
Registros
Lembre-se que os sinais vitais frequentes e leituras do oxímetro de pulso devem ser registrados antes durante e após a intubação.
É preciso registrar também:
• os medicamentos utilizados;
• o profissional que realizou o procedimento;
• o tamanho do tubo utilizado;
• a marca de inserção em nível da comissura labial;
• a pressão de enchimento do balonete;
• como foi confirmada a localização da posição do tubo e se o mesmo foi reposicionado.
• Verificar a profundidade de inserção do tubo endotraqueal na comissura labial, com a finalidade de identificar precocemente a ocorrência de intubação seletiva ou extubação não planejada.
• Ao avaliar as secreções, sinais e sintomas de vias aéreas adequadas incluem: presença de reflexo de tosse e deglutição, ausência de estertor e de broncoespasmo, ausência de dificuldade respiratória.
• Manter a pressão do balonete entre 15-25 mmHg (20 a 34 cm H2O), pois diminui o risco de lesão traqueal ou aspiração por oclusão ineficiente. Dentre os sinais que evidenciam uma oclusão ineficiente destacam-se: vazamento de ar audível ou auscultado sobre a laringe, paciente capaz de articular sons, e balão piloto vazio e alarme de baixa pressão no ventilador mecânico.
• Monitorizar continuamente sinais e sintomas de extubação não planejada, que incluem: vocalização, alterações na ausculta respiratória e distensão gástrica.
• Manter o paciente com a cabeceira elevada, em pelo menos 30 graus.
• Instalar a oxigenioterapia prescrita.