Módulo 6: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Clínicas Respiratórias e Metabólicas
Unidade 1: Aplicação da metodologia da assistência nas urgências respiratórias

Avaliação clínica do enfermeiro: anamnese e exame físico
Avaliação clínica do enfermeiro: exame laboratorial e por imagem
Insuficiência respiratória aguda
Asma
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
Pneumonia
Distúrbios acidobásicos
Grupos farmacológicos
Técnicas e procedimentos de assistência ventilatória
Intubação e Ventilação
Alarmes

Intubação endotraqueal

Dentre os objetivos para a utilização da via aérea artificial destacam-se: estabelecimento de uma via aérea pérvia e artificial, proteção da via aérea com balão insuflado, instalação de ventilação mecânica e facilitação de desobstrução de vias aéreas (MORTON et al., 2006). A intubação traqueal pode ser oral ou nasal.

As intervenções de enfermagem podem ser classificadas em antes, durante e após a intubação. É importante destacar que pela urgência da situação, todo o material para a realização do procedimento deve estar prontamente disponível. O que inclui tubos de diferentes tamanhos (testar o tubo a ser introduzido quanto ao funcionamento do balonete), laringoscópio com várias lâminas, (testadas quanto ao funcionamento da lâmpada), máscara-bolsa-válvula, xilocaína spray, seringa de 20 ml, fonte de vácuo para aspiração e fonte de oxigênio. Importante ressaltar a necessidade de material de proteção individual, conforme a precaução necessária.

Veja na animação a seguir o que deve ser feito antes e durante a intubação.

Após o procedimento, mais alguns cuidados devem ser tomados, quais sejam:

• Fixar o tubo com cadarço ou material de rotina da instituição - Todos os tubos devem ser fixados para diminuir a sua movimentação e prevenir a extubação não planejada. É recomendado que a fixação seja realizada com fita acima das orelhas bilateralmente para prevenir a oclusão da veia jugular;

• Confirmar a localização do tubo;

• Auscultar primeiramente sobre o epigástrio, depois o lado superior e inferior esquerdos do tórax, e o lado superior inferior direito. A localização é adequada quando o ar não é ouvido sobre o epigástrio e os sons respiratórios bilaterais são ouvidos por todos os campos pulmonares. Se o ar for ouvido sobre o epigástrio significa que o tubo entrou no esôfago em vez da traqueia. O tubo deve ser removido e feito nova tentativa;

• Observar a expansão e retração bilateral e simétrica do tórax;

• Providenciar realização de radiografia de tórax;

• Realizar aspiração traqueal sempre que for necessário, conforme avaliação clínica.

Sons ventilatórios identificados apenas em um lado indicam intubação seletiva de um brônquio-fonte, sendo mais comumente o direito. Nestes casos, o tubo deve ser reposicionado. Para tanto, esvaziar o balonete, tracionar o tubo de 1 a 2 cm e inflar novamente o balonete, checando a posição.

Registros

Lembre-se que os sinais vitais frequentes e leituras do oxímetro de pulso devem ser registrados antes durante e após a intubação.

É preciso registrar também:

• os medicamentos utilizados;

• o profissional que realizou o procedimento;

• o tamanho do tubo utilizado;

• a marca de inserção em nível da comissura labial;

• a pressão de enchimento do balonete;

• como foi confirmada a localização da posição do tubo e se o mesmo foi reposicionado.

• Verificar a profundidade de inserção do tubo endotraqueal na comissura labial, com a finalidade de identificar precocemente a ocorrência de intubação seletiva ou extubação não planejada.

• Ao avaliar as secreções, sinais e sintomas de vias aéreas adequadas incluem: presença de reflexo de tosse e deglutição, ausência de estertor e de broncoespasmo, ausência de dificuldade respiratória.

• Manter a pressão do balonete entre 15-25 mmHg (20 a 34 cm H2O), pois diminui o risco de lesão traqueal ou aspiração por oclusão ineficiente. Dentre os sinais que evidenciam uma oclusão ineficiente destacam-se: vazamento de ar audível ou auscultado sobre a laringe, paciente capaz de articular sons, e balão piloto vazio e alarme de baixa pressão no ventilador mecânico.

• Monitorizar continuamente sinais e sintomas de extubação não planejada, que incluem: vocalização, alterações na ausculta respiratória e distensão gástrica.

• Manter o paciente com a cabeceira elevada, em pelo menos 30 graus.

• Instalar a oxigenioterapia prescrita.