Módulo 6: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Clínicas Respiratórias e Metabólicas
Unidade 1: Aplicação da metodologia da assistência nas urgências respiratórias

Avaliação clínica do enfermeiro: anamnese e exame físico
Avaliação clínica do enfermeiro: exame laboratorial e por imagem
Insuficiência respiratória aguda
Asma
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
Pneumonia
Distúrbios acidobásicos
Grupos farmacológicos
Técnicas e procedimentos de assistência ventilatória
Intubação e Ventilação
Alarmes

Acidose respiratória, alcalose respiratória e acidose metabólica

Devido às diferentes composições químicas e à frequente administração simultânea de outros medicamentos, podem ocorrer antagonismos ou sinergismos. Também é importante saber os principais efeitos adversos, para que possamos administrar essas medicações de uma forma segura aos pacientes.

Broncodilatadores

Os broncodilatadores provocam o relaxamento da musculatura lisa das vias aéreas, melhorando o seu calibre. Podem ser administrados por várias formas, particularmente na forma de sprays de aerossol ou nebulizadores. Os broncodilatadores por via inalatória são um componente essencial no tratamento da asma e DPOC. Estes medicamentos são agrupados da seguinte forma, conforme podemos verificar na animação a seguir:

Agonistas adrenérgicos
Esta classe terapêutica inclui a adrenalina, a terbutalina, fenoterol e salbutamol.

Mecanismo de ação
A ação no sistema respiratório é decorrente da estimulação dos receptores beta2 adrenérgicos presentes no pulmão, que resulta no relaxamento da musculatura lisa da árvore traqueobrônquica, com consequente broncodilatação. Além disso, inibem a liberação de mediadores químicos envolvidos na precipitação das crises de broncoespasmo. O tempo de início do efeito terapêutico dos medicamentos desta classe são diferentes, porém a metabolização de todos é hepática e a excreção renal. O inicio do efeito da adrenalina é imediato (um minuto) quando usada por via inalatória. A terbutalina quando administrada por via oral, tem efeito em 30 a 45 minutos, com meia vida de 11 a 16 horas. O salbutamol tem seu início de ação em 2 a 3 horas (via oral) com meia vida de 3,7 a 5 horas. O inicio de ação inalatória do fenoterol é rápido (5 minutos) sendo o pico do efeito obtido nos primeiros 30 a 60 minutos, com duração de 3 a 4 horas.

Pontos a observar
O uso destes agentes deve ser cuidadoso nos pacientes portadores de diabetes, doenças cardiovasculares, hipertireoidismo, aterosclerose cerebral, quadros convulsivos, hiperplasia prostática, glaucoma e idosos. É recomendado que a adrenalina seja diluída quando utilizada na nebulização.
Derivados da xantina
Este grupo farmacológico inclui a teofilina e seus congêneres, como a aminofilina.

Mecanismo de ação
Estes agentes provocam inibição da fosfodiesterase, reduzindo a degradação do AMP cíclico; com isso, há aumento deste mensageiro no interior da célula, que produz efeitos semelhantes aos agonista beta2 adrenergicos. Entretanto, os níveis séricos da teofilina necessários para exercer essa ação broncodilatadora são maiores que a faixa terapêutica habitual, sugerindo que o medicamento possa aumentar as concentrações intracelulares do cálcio e causar inibição dos receptores de adenosina.

Pontos a observar
A administração dos derivados de xantina deve ser cautelosa em idosos, pacientes com doenças cardiovasculares ou hepáticas, com úlcera péptica ativa, diabetes e hipertireoidismo. A aminofilina é utilizada preferencialmente por via endovenosa, o que demanda cuidados relativos à incompatibilidade com outros medicamentos, muitas vezes infundidos de modo simultâneo. Sua infusão deve ser feita de forma lenta e diluída. Desse modo, é recomendado evitar a administração concomitante com os seguintes agentes: amiodarona, ciprofloxacina, claritromicina, dobutamina e ondanstrona. Como a dose terapêutica da aminofilina é muito próxima do nível tóxico, é fundamental observar os sinais de toxicidade, especialmente em idosos que incluem: náusea, vômito, ansiedade, agitação, insônia, taquicardia e convulsões.
Anticolinérgicos
O principal agente é o ipratrópio.

Mecanismo de ação
Sua ação broncodilatadora é resultado da inibição da liberação de acetilcolina das terminações nervosas parassimpáticas da musculatura lisa brônquica. Este anticolinérgico também provoca redução das secreções produzidas pelas mucosas nasal e brônquica. A sua ação broncodilatadora ocorre em 1 a 3 minutos, com pico entre 1,5 a 2 horas.

Pontos a observar
Deve ser administrado com cautela em mulheres que estão amamentando, crianças menores de 12 anos e pacientes com glaucoma ou hipertrofia prostática.

Na próxima página, veremos algumas das reações adversas e interações medicamentosas dos broncodilatadores. Continuemos!