No sistema nervoso central, as manifestações da acidose metabólica incluem cefaleia, confusão e letargia, que podem evoluir para o coma. Também é frequente o desenvolvimento de arritmias, e o surgimento da respiração de Kussmaul, que ocorre na tentativa do organismo de compensar o pH aumentando a eliminação de CO2. Pele quente, náusea e vômitos também são observados.
A presença de acidose metabólica indica a necessidade de buscar a origem de hipoxemia, pois esta pode levar a um metabolismo anaeróbico disseminado, mas a hipóxia de qualquer tecido produzirá ácidos metabólicos como resultado de metabolismo anaeróbico ainda se a PaO2 estiver normal. O modo apropriado de corrigir a causa da acidose é otimizar a perfusão tecidual aos tecidos hipóxicos. Outras causas de acidose metabólica devem ser consideradas.
Alcalose metabólica
Ocorre quando o pH está superior a 7,35, a PaCO2 está normal ou ligeiramente elevada, e o [HCO3-] está elevado (> 22mEq/l). Tanto o excesso de base quanto à perda de ácidos no organismo podem provocar alcalose metabólica. O excesso de base ocorre da ingestão excessiva de antiácidos, uso excessivo de bicarbonato ou uso de lactato em diálise. A perda de ácidos pode ocorrer secundária a vômitos intensos, administração excessiva de diuréticos, níveis elevados de aldosterona.
No quadro abaixo, podemos verificar os valores de referência dos parâmetros da gasometria arterial (ao nível do mar):
Fonte: Cataletto, (2011).
E você sabe como devemos interpretar a gasometria arterial?
Bem, os gases do sangue arterial devem ser interpretados sistematicamente.
Primeiramente, avalia-se a oxigenação. Depois disso, é verificado o estado acidobásico. Em seguida, é identificado o distúrbio primário. Por último, a compensação, se ela existir.
Na animação a seguir apresentamos de modo simplificado os passos para a interpretação gasométrica.
Você sabe como devemos fazer a determinação da compensação do equilíbrio acidobásico?
Se há alguma anormalidade no equilíbrio acidobásico, então um ou mais sistemas-tampão são ativados para revertê-la. Por exemplo, se o paciente tem acidose respiratória (pH baixo e PaCO2 alta) os rins irão responder, retendo mais HCO3- e excretando íons H+ (alcalose metabólica). Por outro lado, se um paciente está em acidose metabólica (pH baixo, HCO3- baixo) os pulmões irão responder eliminando mais CO2 (alcalose respiratória).
Há três estágios de compensação:
1. Ausente (pH está anormal com o pCO2 ou [HCO3-] anormal e o outro componente normal.
2. Parcial (pH está anormal, com o pCO2 ou [HCO3-] anormal e o outro componente também está anormal refletindo a tentativa do organismo em compensar o distúrbio.
3. Completa (a [HCO3-] e pCO2 estão em uma proporção de 20:1 produzindo um pH normal, porém os valores da [HCO3-] e pCO2 estão anormais).
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Neste estudo, vimos que os distúrbios acidobásicos decorrem de causas respiratórias ou metabólicas. Esses desequilíbrios acidobásicos são classificados em quatro categorias: a acidose respiratória, a alcalose respiratória, a acidose metabólica e a alcalose metabólica, cujas causas mais comuns listamos aqui. Além disso, aprendemos a interpretar a sua ocorrência por meio da gasometria arterial.